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Teatro Lethes

Teatro Lethes

© Rui Serra Ribeiro

Um marco de Devoção, Educação, Tragédia, Amor, Mistério e Cultura. Na mitologia grega, Lethes é um mítico rio, cujas águas têm o poder de apagar da lembrança das almas os reveses e as amarguras da vida.
 
O edifício que hoje se designa Teatro Lethes, começou por ser colégio de Jesuítas – Colégio de Santiago Maior, fundado pelo então Bispo do Algarve, D. Fernando Martins Mascarenhas -, cuja licença lhes foi concedida em 8 de Fevereiro de 1599. Era um local de aprendizagem, sobretudo de matriz religiosa – a “primeira universidade do Algarve”, como alguém já lhe chamou. Em 1759, a Companhia de Jesus foi banida do país e foram confiscados os seus bens. O Colégio de Santiago Maior encerrou assim as suas portas. Com a ocupação das tropas napoleónicas comandadas pelo General Junot, as instalações do antigo Colégio foram devassadas e profanadas para aí se aboletarem os soldados. Anos mais tarde, em 1843, foi o Colégio arrematado em hasta pública pelo Dr. Lázaro Doglioni, que manifestara publicamente intenção de construir em Faro um teatro à semelhança do S. Carlos, de Lisboa e do “À La Scalla”, de Milão. A inscrição latina na fachada do edifício, monet oblectando, poderá ser traduzida por “instruir, brincando”, salientando assim as preocupações culturais do promotor da construção desta sala de espectáculos.

A inauguração do Teatro Lethes efectuou-se a 4 de Abril de 1845, associando-se às comemorações do aniversário da Rainha D. Maria II. Mais tarde, em 1860, foi ampliado pelo Dr. Justino Cúmano, sobrinho de Lázaro Doglioni. A 11 de Setembro de 1898 exibia-se pela primeira vez em Faro o chamado animatógrafo, instalado no Teatro Lethes por este ser o mais amplo e distinto espaço cultural da cidade. 

Foi restaurado entre 1906 e 1908 para melhorias de acústica e conforto. O declínio dos espectáculos e, consequentemente, da sala, começa em 1920, encerrando-se o Teatro em 1925, tendo sido vendido o imóvel à Cruz Vermelha Portuguesa, em cuja posse ainda se mantém. A sala do Teatro Lethes foi mais tarde cedida, por protocolo, à Delegação Regional do Algarve do Ministério da Cultura. Na ala Norte, restaurada e adaptada em 1991, funcionaram os serviços regionais do Ministério da Cultura. A 5 de Outubro de 2012, por protocolo entre o Município de Faro e a Cruz Vermelha Portuguesa, o Teatro Lethes recuperou o seu inicial desígnio. Nele foi instalada A Companhia de Teatro do Algarve – ACTA como estrutura residente. A ACTA, além de apresentar espectáculos de sua criação promove no Teatro Lethes também acolhimentos, cabendo-lhe ainda a gestão do equipamento.
 

Direção artística / Programação:
Luís Vicente
geral@actateatro.org.pt

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